terça-feira, 25 de novembro de 2008

de whiteponycab / isabel carvalho

O indisciplinado, Genesis P-Orridge deu corpo ao tema “I want discipline” dos Throbbing Gristle em palco. O registo da performance mostra-o como: sóbrio ao mesmo tempo que parece estar possuído ou tomado por qualquer fenómeno paranormal; ausente e introspectivo ao bater com a cabeça numa coluna, como muito comunicativo com o público ao beijar um fã (que lhe responde com singulares contorções do tronco); maquinal na repetição intercalando com gestos bruscos e destruidores associados a subidas súbitas de tom. Embora inseparáveis para a concretização do acontecimento, os elementos - o som, a palavra e a performance - têm pesos diferentes. A repetição da letra, como as oscilações do ritmo da voz que profere a palavra “discipline” e da bateria, é desarmante – muitos fãs da musica industrial acusam este tema de insignificante dentro do contexto da banda, no entanto nunca dela se esqueceram (lembra um cântico espiritual para alcançar algum estado mais elevado de existência).

Assim parece que a performance ganha um papel de destaque. A associação entre a performance e a disciplina lembra, inevitavelmente uma marcha militar, mas, em G P-O só podemos ver um militar em transe a exigir o que dele supostamente se exige, percebendo-se bem o alcance do confronto através da paródia – G P-O vestiu-se muitas vezes de militar antes de iniciar o seu processo de transformação de identidade. Outra associação possível indica a performance como uma disciplina da Arte, com um campo crítico e um percurso histórico, que classifica, cataloga e inscreve no seu manifesto conceptual acções caracterizadas pela espontaneidade, indisciplina e revolta. E é neste ponto preciso que o evento “I want discipline” acontece - uma noite relâmpago dedicada às performances em palco com referências identificáveis da História da Arte e da Cultura Popular.

Entrega de propostas até dia 15 de Dezembro 2008.
Cartazes à solta pela FBAUP

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Filipe Melo, ainda



Filipe Melo - piano
Bruno Santos - guitarra
André Sousa Machado - bateria
Nelson Cascais - contrabaixo

1. A excepção não confirma a regra. Nega-a. Em ciência basta uma excepção àquilo que se julgou ser a regra para a regra mudar. Noutras áreas poderá ser simplesmente uma excepção, mas nunca é a confirmação da regra. Quem é que inventou esta desculpa rasca?
2. Gatos comunicantes - Correspondencia entre Vieira da Silva e Mário Cesariny e Kô e Kó de Vieira da Silva, dois livros para uma tarde de domingo.
3. Uma interessante proposta musical do Nascer do Sol: X

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Filipe Melo @ Hot Club Portugal



Ontem Filipe Melo tocou standards e temas originais em quarteto com Bruno Santos na guitarra, André Sousa Machado na bateria e Nelson Cascais no contrabaixo. Guitarrista a fixar, este Bruno...
(brevemente actualizarei com mais fotografias)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

tempos livres

1. Talvez o menos conseguido seja o impacto inicial, discreto e sem mostrar o que lá vem. Mas uma vez ultrapassada esta fase, mordeste o anzol. O Travian, primeiro é simples, rápido nas jogadas e não te exige muito. 'Tudo bem, desisto quando quiser'. Mas a cada nova jogada, aumenta o interesse e o tempo que ficas a pensar na seguinte. Descobres novas possibilidades e estás sempre à beira mais um resultado. Três dias depois não sabes como largá-lo. Nem vou dizer quem lá sou, que já tou com emoções a mais...
2. As crianças não precisam de acesso autónomo à informação mas de pais e tutores que lhes dêem informação, digerida e devidamente contextualizada. Este governo retira o Conservatório mas entrega computadores portáteis. Bestial! (de besta...) aqui aqui e aqui
3. Muita da lógica de quem se julga beneficiado por isto tem a ver com coisas-boas -que- inevitavelmente- têm-um-lado- menos-bom- que-terá- de-ser-supervisionado -pelos-pais. Assim, à criancinha de 9 anos poderia também proporcionar-se telemóvel, um plasma com cabo no quarto e já agora, uma armazinha de autodefesa, que os dias que correm são cada vez mais perigosos.
4. Mais dois livros sobre Jazz e improvisação: Jazz Styles - History and Analysis de Mark C. Gridley e Thinking in Jazz - The Infinite Art of Improvisation de Paul F. Berliner.
4. Espera, farmei mais um no Travian, tchau..

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

não saia à rua sem saber..

Em Portugal há excelentes guitarristas de Jazz e o Pedro Madaleno é um desses eleitos. Refez o seu site pessoal em www.pedromadaleno.com e foi uma honra quando ele me pediu algumas fotografias que recentemente tinha feito nos seus concertos.
Passem lá pra ver, na galeria do site, as fotos de concertos são minhas e as de estudio são de Nuno Portugal.

Tão bom ou melhor será assistir a um dos concertos que tem dado. O fraseado de Pedro Madaleno é emotivo e intrigante, prende-nos facilmente a atenção durante todo o espectáculo. Num tom de fusão, com capacidade para captar o interesse de um público muito mais alargado que o habitué do jazz. Dos vários CD's que já publicou, sugiro o 'underpressure':

domingo, 9 de novembro de 2008

Este mês o Damn Good (aqui na barra) vai para a Gina V. D'Orio porque descobri este 'velho' album:


São versões de algumas canções da pop Americana apenas acompanhadas por um sintetisador virtual de baixo (TB-303), segundo lemos no interior do CD. Continua a ser pop, mas agora minimalista e com extremo bom gosto. Qualquer semelhança com a música que faz nos Cobra Killer (não) é uma mera coincidencia. Já ouvi tipo, n vezes e até gosto de aproveitar para rel(v)er a capa...

impressões

1. ontem valeu apena ter ido ver o J. P. Simões, no jardim de Inverno, tivesse conseguido regressar a casa de carro, teria sido perfeito.
2. sempre me intriguei porque diabo todos (mesmo todos, sem excepção) os que nos entregam folhinhas (geralmente facturas sem importância que vão directas para o lixo) impressas naquelas impressoras antigas de papel contínuo, fazem questão de passar 5 minutos a arrancar-lhes as bandas perfuradas. Isto depois de passarmos uma eternidade a esperar que aquilo imprima.
3. dois livros, não técnicos e excepcionalmente reveladores, sobre improvisação: Noise Orders - Jazz, Improvisation and Architecture de David P. Brown e Improvisation de Derek Bailey. A este último autor, oiçam-no.

Filipe Melo Trio

Ouvi-lo a tocar ou a falar de música é um privilégio para qualquer um de nós. Nos dias 20, 21 e 22 de Novembro o Trio de Filipe Melo vai estar no Hot Club. É muito pouco espaço para tão grande momento, antecipo. Conto deixar-vos algumas fotos desse evento aqui.

Postei um vídeo do TFM aqui, agora deixo o registo de um concerto recente aqui em Lisboa em que acompanhou Sheila Jordan.



Já agora, é ele também o realizador de 'um mundo catita' que dentro de momentos passará na TV mais próxima de si.