(as onze peças do encore do concerto, cujo era apenas uma)
Lá fui ao concerto no sábado à tarde. Prescindi do passeiozinho de verão, esperei com impaciência que chegasse a hora.
Não esperava muita gente, mas a sala encheu. E como deveria sempre acontecer, encheu apenas depois de eu ter chegado e escolhido um lugar jeitoso.
Pela hora prevista, começa-se a ouvir na sala um leve murmúrio, contínuo, ninguém no palco. Não foi imediato perceber que o quarteto de vozes “Timbre” estava a entrar lentamente pelas traseiras da sala.
Lauren Newton, a vocalista mentora do projecto, improvisadora de mil projectos. Elisabeth Tuchmann, que já foi aluna de canto da própria Lauren, e é fundadora do coro feminino “Vocalisa”. Oskar Morth, que tem também uma larga experiência de intérprete de música antiga e clássica. Por fim, Bertl Muetter uma personalidade ímpar que trabalha ”quase na totalidade em coisas para as quais não tenho formação nenhuma, coisas, portanto, cujo desfrute ninguém pode impedir”.
É este o quarteto Timbre que deu o penúltimo concerto do Jazz em Agosto, cerca de hora e meia de arte, leve e bem humorada. Num género musical, o da musica livre improvisada, que quando falta o génio facilmente resvala para o excessivamente intelectualizado ou abstrato.
Um comentário final à actuação empática de Elisabeth Tuchmann e a Bertl Muetter, cuja originalidade como performer e músico foi notável. Quando toca trombone, mostra-nos que a criatividade e o "sentido de palco" são fundamentais, sendo o virtuosismo técnico uma especiaria que os realça.
Depois, era hora do Ornette Coleman ... ... ... ...
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