Por mero acaso, chega um barco, que me explicam que vem de fazer um tipo de pesca de arrasto que se chama "arte Xávega". Desenbaínho a máquina e decido experimentar umas fotos. Tudo giro mas semi-castiço - já há muito motor no meio desta actividade "tradicional". Observo a chegada do barco e o seu arrastamento para fora do mar, o puxar das intermináveis cordas que puxam as não menos longas redes.
E por fim, a chegada do peixe preso nas malhas do fundo da rede, resmas dele a contorcer-se e a agoniar, abrindo a boca até à deformação da cabeça num esforço inútil de encontrar uma réstea de água.
Agonio também. Choca-me os ares de superioridade humana espelhada no olhar de alguns mirones ou pescadores em contraste com o sofrimento dos bichos, estúpidos e indefesos. Somos predadores em sociedade, talvez a caça organizada seja inevitável. Mas isto não é uma festa. É. Limita-se a ter de ser.
Ou então ando a frequentar demais os supermercados... mais para comprar alfaces, diga-se.
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