domingo, 25 de novembro de 2007

5 Filmes

O Lourenço Bray lançou-me uma corrente para cinco filmes. Aqui vão eles, uma lista de 5 feita por influência do primeiro impulso, excluindo 50 outros que poderiam igualmente estar. Têm o seu lugar por razões diferentes e não se atropelam.

Cenas da Vida Conjugal - De Ingmar Bergman. Ver (e rever) este filme foi para mim uma espécie de tormento, num misto de câmara de tortura e sessão de terapia, receei não voltar a ser o mesmo quando me levantasse da cadeira. E foi interessante ver depois Saraband. Se "Cenas da vida conjugal" é o frio, Saraband é o calor.

Cremaster 3 - O visual tem um forte poder sobre os meus sentidos e o deste filme é de uma truculência sem par. A narrativa também, apesar das suas particularidades. Pertencente a uma série de cinco filmes de Matthew Barney é, como os outros do ciclo, um filme "ensaio" de uma estética que pode ser difícil de aceitar, ou de gostar. Há quem não goste, mesmo nada. Mesmo assim eu aprecio, e muito, a diferença que faz este ciclo. Escolhi o "3" porque é o que mais recordo. Nesta série que é bastante conceptual talvez seja o de mais fácil leitura, e a narrativa "non-sense" tem, apesar disso, uma forte condução.


Kill Bill - São dois, mas estipulei que para esta lista só contam uma vez. Gosto de Tarantino quase sempre e este filme é o que mais gosto de (re)ver. Não é porque a Uma Thurman está omnipresente e eu a achar, vamos lá, perfeita! Não. É apenas e tão só porque este filme é uma banda desenhada de carne e osso onde tudo é aparentemente superficial e supérfluo, mas a que uma invisível coerência confere espessura e interesse. Este filme diverte-me à brava. Ah, e recordo-me da actriz principal, mas agora nem sei explicar porquê.



Playtime - ou "Mon Oncle" de Jacques Tati. Gosto deste humor de aparência inocente, e passo o tempo todo a pôr-me no lugar do Tati para tentar (sem conseguir) imaginar como foi possível desencadear toda aquela inspiração. Acho que em cada fotograma destes filmes posso encontrar uma magnifica sátira social. (E já vos disse que também gosto muito de Jean-Luc Godard?)

Eraserhead - David Lynch tem um onirismo negro e sufocante, feito daquelas perversidades que habitam as traseiras dos nossos (meus?) pensamentos. Este foi dos primeiros filmes que dele vi, inserido num ciclo qualquer e agora está aí nas salas. Escolho-o um pouco por isso, porque podia ser outro. A Lynch is a Lynch is a Lynch.

E agora cabe-me convidar a M. do embirrante, a F. do cicuta em doses lentas, o E.S. do desenhador do quotidiano, a S. do somnambulichtigen e a S. do mapa do cais. Digam coisas, gostava de vos ouvir.

5 comentários:

Lourenço Bray disse...

Grandes escolhas :) abraço!

sofi disse...

Prova superada!

Bluesy disse...

bom... confesso que não estava à espera disto :) Obrigada. Vou responder em breve!

Bluesy disse...

respondido e tal!

Embirrante disse...

Opps, falto eu!